A existência
tem sido o enigma da humanidade desde sempre.
Aliás é essa a condição que nos distingue dos restantes seres vivos –
temos a capacidade de pensar. E pensando isto, nos convencemos que seremos
eternamente superiores a eles. Mas estaremos? Observamos a natureza e vimos
cada ser vivo completamente integrado numa rede essencial de relações intrínsecas
à sua sobrevivência e equilíbrio do ecossistema.
E isto não é
um discurso que apela à preservação da natureza e das alterações climáticas,
que os media nos injectam. Até porque tudo isso sempre, existiu e nada mais é
do que as alterações cíclicas de restituição do equilíbrio na terra.
Mas esta é
sim, uma reflexão a observação do que somos e de como estamos.
Vemos como
os animais agem, sintonicamente e atentos a tudo. Todos os seus sentidos estão em
função, e nada acontece além do instinto e sintonia energética com o meio,
biosfera. Seu corpo vibra em sintonia constante de existência.
E o mais
absurdo é ver que é precisamente por termos a capacidade de pensar, que tamanha
simplicidade se torna um desafio tremendo na sociedade.
Chegamos ao
cúmulo, de estar tão desagregados de nós mesmos e do meio, que a vibração
altera-se e torna-se tão vulnerável que cria pequenos surtos de des-sintonia.
Desaprendemos até a respirar! Perdemos o total pulsar cadente com o todo
(natureza) e portanto connosco (nosso centro).
Este é um
território para a assincronia celular acontecer, para a doença se instalar…
Dessa forma
o corpo nos fala dos limites. Pois ele possui o equilíbrio e a capacidade
regenerativa para se curar. E tal precisão acontece sempre que estamos ligados.
Só aí o corpo respira como tem que respirar, só aí o metabolismo se restabelece
naturalmente, na cadencia rítmica que possui.
E é por
pensarmos que nos distanciamos de nós mesmos. Não porque o pensamento existe.
Não. O pensamento é nos útil para as questões praticas. Mas é pela forma como
nos pensamos ser.
Pensar
sobre, nos remete invariavelmente para o Nascimento. Para o novo bebé que vem
ao mundo… processo que se repete desde toda a existência… e sempre, sempre se
forma desde cedo a ideia de ser. Do “eu”. Que não é mais do que a ideia de que
somos o acumular de memorias (elas também são ideias) ou seja, existindo apenas
na nossa imaginação, são apenas ilusão. E este é um processo que nos distrai do
que somos. Nos distancia de toda a nossa potencialidade.
Olhamos à
volta e, vemos o sofrimento alheio em todos os rostos, vemos o sofrimento em tudo
o que produzimos, pois passámos a ser máquinas de ideias. Computadores programados,
para executar, rápido, bem e belo.
Nada contra
a beleza, sortudos os que ainda a conseguem produzir em tamanha surrealidade de
adormecimentos cómodos.
Mas queremos
ser melhores, saber mais, produzir mais, superar as expectativas… mas o mundo
passou a ser um desfile de excentricidade sofrida, e por mais que saibas,
por mais que tenhas… és escravo de ti mesmo! És escravo de todas essas ideias,
e por isso escravo do teu próprio pensamento!
Mas o
pensamento é o pensador.
Tal verdade
é libertadora e verdadeiramente empoderada. Passas a ser apenas o que És! E
isso é tudo e é nada! A vida acontece num milagre brilhante e hilario. Admites
a perfeição em tudo o que é.
Vives na
fluidez das circunstancias sentindo o pulsar constante em ti.
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