Apenas o grito a assistir à sua extinção.

Tuesday, May 10, 2016

somos


A existência tem sido o enigma da humanidade desde sempre.  Aliás é essa a condição que nos distingue dos restantes seres vivos – temos a capacidade de pensar. E pensando isto, nos convencemos que seremos eternamente superiores a eles. Mas estaremos? Observamos a natureza e vimos cada ser vivo completamente integrado numa rede essencial de relações intrínsecas à sua sobrevivência e equilíbrio do ecossistema.
E isto não é um discurso que apela à preservação da natureza e das alterações climáticas, que os media nos injectam. Até porque tudo isso sempre, existiu e nada mais é do que as alterações cíclicas de restituição do equilíbrio na terra.

Mas esta é sim, uma reflexão a observação do que somos e de como estamos.

Vemos como os animais agem, sintonicamente e atentos a tudo. Todos os seus sentidos estão em função, e nada acontece além do instinto e sintonia energética com o meio, biosfera. Seu corpo vibra em sintonia constante de existência.

E o mais absurdo é ver que é precisamente por termos a capacidade de pensar, que tamanha simplicidade se torna um desafio tremendo na sociedade.
Chegamos ao cúmulo, de estar tão desagregados de nós mesmos e do meio, que a vibração altera-se e torna-se tão vulnerável que cria pequenos surtos de des-sintonia. Desaprendemos até a respirar! Perdemos o total pulsar cadente com o todo (natureza) e portanto connosco (nosso centro).

Este é um território para a assincronia celular acontecer, para a doença se instalar…

Dessa forma o corpo nos fala dos limites. Pois ele possui o equilíbrio e a capacidade regenerativa para se curar. E tal precisão acontece sempre que estamos ligados. Só aí o corpo respira como tem que respirar, só aí o metabolismo se restabelece naturalmente, na cadencia rítmica que possui.
E é por pensarmos que nos distanciamos de nós mesmos. Não porque o pensamento existe. Não. O pensamento é nos útil para as questões praticas. Mas é pela forma como nos pensamos ser.

Pensar sobre, nos remete invariavelmente para o Nascimento. Para o novo bebé que vem ao mundo… processo que se repete desde toda a existência… e sempre, sempre se forma desde cedo a ideia de ser. Do “eu”. Que não é mais do que a ideia de que somos o acumular de memorias (elas também são ideias) ou seja, existindo apenas na nossa imaginação, são apenas ilusão. E este é um processo que nos distrai do que somos. Nos distancia de toda a nossa potencialidade.
Olhamos à volta e, vemos o sofrimento alheio em todos os rostos, vemos o sofrimento em tudo o que produzimos, pois passámos a ser máquinas de ideias. Computadores programados, para executar, rápido, bem e belo.
Nada contra a beleza, sortudos os que ainda a conseguem produzir em tamanha surrealidade de adormecimentos cómodos.

Mas queremos ser melhores, saber mais, produzir mais, superar as expectativas… mas o mundo passou a ser um desfile de excentricidade sofrida, e por mais que saibas, por mais que tenhas… és escravo de ti mesmo! És escravo de todas essas ideias, e por isso escravo do teu próprio pensamento!

Mas o pensamento é o pensador.
Tal verdade é libertadora e verdadeiramente empoderada. Passas a ser apenas o que És! E isso é tudo e é nada! A vida acontece num milagre brilhante e hilario. Admites a perfeição em tudo o que é.

Vives na fluidez das circunstancias sentindo o pulsar constante em ti.

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