Apenas o grito a assistir à sua extinção.

Saturday, July 16, 2016

Euro

Observando a actualidade... Portugal venceu o Euro.
Pouco importante, pouco relevante na minha vida. Facto. Mas achei curioso o que se passou no desenrolar desse facto...

Na forma consecutiva como aconteceram as reações e que reações... somos mesmo uma comédia dantesca. E quando falo "somos", não me refiro aos portugueses ou aos franceses, mas sim á humanidade que se agride por uma ideia... que faz depender sua felicidade sobre estratégias premeditadas por quem está atrás do pano.

Julga-se o outro, segundo um código de conduta moral/social, o qual assenta em separação... como não ser violento?! Não se conhece outra realidade! Somos TODOS produto violento que não SE conhece e que por isso, apenas sabe repetir o que sempre se fez ou foi... até olharmos para dentro e resolvermos nos conhecer, até lá
vivemos a repetir o passado/memoria (seja ele nosso ou de outro)...

Será que ninguém vê a previsibilidade de tudo?!

Futebol é política.
Nacionalidade é política.
Economia é política.
Informação é política.
Guerra é politíca.
E toda a Política se rege de poder de influencias/interesses da Banca.

Se aprenderem a viver com tudo isso, sem dar importância, poderão resgatar o poder de viver em Amor sem precedentes...

E tu, o que és?

resp:
 - Sou do Benfica/Sporting/Porto...
- Sou Tuga, ou br...
- Sou _______ (profissão).
- Sou curioso, divertido, tímido, impulsivo, extrovertido, alto, gordo ou magro, forte ou fraco... adoro sardinhas, detesto favas... blablabla

E tu, quem és?
- Sou o Manel ou Maria...
- Sou o/a _______ (profissão).



Redutor não?!
sincronias













 

Relação vs Comunicação


Já falei da importância da relação na vida, aqui.
Na actualidade existe um obstáculo para que estabeleçamos essa relação. A necessidade louca de comunicar, que surgiram com as redes sociais.
Que de acesso ilimitado, nos permite cair na ilusão de ser.
Se não entende a profundidade do que aqui é dito, aconselho a ler textos anteriores...

Então, a realidade é que nunca estivemos tão longe de nós mesmos e da verdade do momento como nos tempos que ocorrem... manifestam-se vontades e emoções... criam-se movimentos e intensões... resumindo - reacções de reacções de reacções de reacções...

Somos o produto da realidade que temos enquanto seres reactivos. E que a tão desejada mudança, acontece dentro de cada um, no silenciar do seu próprio turbilhão de ruido, perante qualquer circunstancia.

Quando deixarmos de dar relevo á imagem que representamos... quando isso não importar mais... somos livres da maior prisão que nos fizeram acreditar - A de sermos qualquer coisa.

Vivemos numa estrutura social, que sofrerá consideráveis mudanças...
sem violência - pois não há divisão!

O que é divisão? Tudo o que qualifica o outro de diferente de mim!
Seja, cor, tamanho, raça/etnia, credo, clube de futebol, país, continente, condição económica, gostos, idade, pre-conceitos, conceitos...

Tudo leva ao grupismo, e por isso á separação do resto...

Essa separação nos torna alheios ao nosso poder total unificado. E por isso é preciso ser mantida pela estrutura económico-política. O sistema.

Está na TV, no Rádio, nos Grupos Sociais... que adoramos e continuamos a dar importância ao que falam e determinam os lideres desses grupismos...

Se simplesmente não dermos importância, a mudança acontece...

"Ah, mas para haver relação, tem que haver comunicação!"
Não da comunicação a que nos habituamos, mas de uma comunicação profunda, sentida, a qual não requer necessariamente palavras.
Quando passamos a viver do coração e não da/na mente.

Só nessa vibração tocamos a eternidade... sem memorias, nem bloqueios... onde não há mais espaço, para a tristeza ou o lamento, depressão....














 

Tuesday, June 14, 2016

Psiquiatrias psicóticas


A condição na qual nos encontramos não é problema. Problema é o que criamos na nossa mente... premeditar a acção, é permanecer fora da sincronicidade da vida.


No seguimento deste raciocínio, a sincronicidade trouxe:

isto

e isto


Esperar pelo avaliar analítico e limitado de qualquer profissional de saúde que não tenha uma visão holística do ser (corpo-mente-espírito), é se permitir ao engano.
Reconhecer o desequilíbrio pelo julgamento de outro, é se limitar de processos internos. Descomprometimento. Que é em si, legítimo.

Situações idênticas, revelam a repetição de situações ao longo da vida. Desafios que supostamente existem para que façamos os processos... se repetem até que o reconheçamos. E não existe nada de esotérico nesta elação. Apenas o reconhecer que somos energia e tudo se manifesta nessa base primeiramente.

Deixar que sua vida seja delegada por outra pessoa, é um risco tão grande quanto se delegar a si mesmo, - enquanto se identificar com a autoridade que sua mente exerce em si e nas suas reacções.

Procure a raíz do problema. Onde começa.
Ou permaneça no looping de vivências desarmónicas.
Livre arbítrio.
Porém a escolha é sempre sua... a consequência é sempre sua. Não do profissional de saúde, nem da fatalidade circunstancial, destino ou whatever.























Sunday, May 29, 2016

Experienciar


Vivemos o procurar de experiências.
Experiências que nos tragam a felicidade, realização, adrenalinas, ocitocinas, na verdade é tudo uma questão de hormonas, estímulos e cadeias de sensações.

Felicidades efémeras, que logo se torna a recordação de alegrias que são passados.
No presente, apenas a memoria... que nos caracteriza e nos torna o que pensamos ser.
Passamos a ser o acumulo de matéria e memórias.

Identidades, que defendem éticas pensadas, estruturas, hierarquias, posições, gostos, desejos, aspirações, sonhos, imagens... e procuramos saber. Saber é importante.
Acabamos por fazer incluir a educação/aprendizagem/cultura/valores com o nível de escolaridade. E continuamos a trazer ao mundo, sem discernimento, seres, que são a consequência das vontades, a uma realidade alheia ao ser humano íntegro.

Onde nos perdemos para nos encontrarmos tão distantes de nós mesmos?

Associamos inteligência a quem possui muito conhecimento. Sobre tudo e todos.
Saber, saber mais... estar informado, é viver do atrito... e somos bombardeados com conhecimentos, conteúdos aos quais damos muito valor, mesmo sem saber porquê.
E achamos que chegar a algum nível elevado de todas estas qualidades, será a tradução de auge da existência. Mas a felicidade continua a ser vivida aos soluços, pois existem sempre outras experiencias cada vez mais estimulantes, ou atractivas, exóticas, esotéricas... mais imagens, mais reconhecimentos, mais passados de presentes mornos, mais presentes mornos de passado. Ilusoriamente seguros. Num mecanismo onde se reproduzem padrões, só porque vivemos num sonho, no qual apenas temos que acordar. E tudo se repete, numa cega perspetiva de melhoramento.
Não existe alegria que dure, nem tristeza que perdure nesta existência incompleta e instável.
Tudo se experiencia e se julga viver intensamente, por viver situações que disparem a adrenalina.

Viver intensamente é viver, no aqui-agora, atento a si e aos seus sentidos, pensamentos, emoções... mas sem passado, sem identidade...
viver conectado com o coração e mente na mesma proporção, atento que somos a entidade que assiste a tudo. É desta conexão que sai a acção. É neste eixo de existência sintónica, naturalmente ordenada, que somos. É neste alinhamento que passamos a ter noção do poder que possuímos. Por o sentirmos vibrar.

É isto o viver de quem sabe quem é? Ou será isto o viver numa ideia sugerida e adoptada pelo sistema?















 

Friday, May 27, 2016

Momentum

Quando a mente percebe que não existe identidade, surge o medo.
Quando o coração percebe que não existe identidade, o medo não existe.
É o momento de pura coragem e reflexo de força, aceitar a morte do ego como identidade, e o renascer e assumir da entidade que somos.
Abraça esse momentâneo medo, atrás dele está o amplo e claro espaço de Ser.
É só a morte da morte em si.
Bem-vindo à vida! 

Sofrimento x Amor

Interessante ver que a pessoa que estiver/está submetida a situações de sofrimento, teve/tem a possibilidade de conseguir atingir um entendimento sobre si mesmo e/ou sobre a qualidade do momento.
Na verdade essas são as pessoas que estão mais próximas de se conhecerem e abraçar o que É.

Todos os momentos e oportunidades, acontecimentos de grande intensidade, poderão ser portais de libertação na consciência do que É.

Lidar com todos os processos do pensamento, criando medos e ansiedades, dores e sofrimentos. Estamos desconectados do nosso verdadeiro poder, desde o momento que nos identificámos com o pensamento. Nos achamos ser a voz que soa na cabeça... e temos a "estúpida" capacidade de falar connosco mesmos! Incongruente, não?

Temos a capacidade de nos observar. Se temos a capacidade de observar o pensamento, podemos observar que nossa existência continua a acontecer no espaço existente entre os pensamentos...

Temos pensamentos, mas não somos os pensamentos.

Perante situações em que o sofrimento toca a linha limite do humanamente suportável... chega-se a um ponto de saturação, em que sofrer já nos fere demasiado, e não existe outra opção do que: suspender a existência do sofrimento. Onde o silencio acontece e apenas te permites a existir... sem a tormenta da ideia que perpetua o sofrimento. 

No dia em que, entendemos que somos o que quisermos. Que temos esse poder estável, além da mente/centro/ego existir em tumulto fervilhante de conteúdo, e por isso instável, - resgatamos a nossa essência.













 

Thursday, May 26, 2016

Assistir III

O que é o amor?

Pergunta difícil(?)...

Ela requer o conhecimento sobre si mesmo e as sensações/emoções/sentimentos associados... e torna-se tudo uma confusão que se embaralha na garganta e não sai balbucio com sentido... depois desvia-se para o que "não é" ou "não deveria ser"... e assim se propaga o pensamento sobre... e se perde a verdadeira noção de que amor é a energia que tudo faz existir e é igualmente manifesta em ti.. tu, um ser que pensa ser autónomo a essa energia e dela se distancia, por se pensar separado. E dela se distancia, se distanciando de si mesmo. Ambiguidades...

E porque existe no amor, a instabilidade a que assisto? Porque não se está em amor. Porque existe uma dissociação do que se é, do que se pensa ser... e quem consegue viver nessa desarmonia a que chamam amor... o mundo, entre guerras e comandos, medos e pressões. Ilusões das ilusões. Pensamento sobre ideia, sobre ideia que se quer acreditar sem assistir.

O extermínio a que assisto o da Humanidade.

A perfeição do equilíbrio a se fazer manter. Tudo é perfeito.


















 

A ilusão do "Eu"

Onde há actividade do «eu», a meditação não é possível. É muito importante compreender isto, não verbalmente mas de facto. Meditação é um processo de esvaziamento da mente de toda a actividade do «eu». Se não compreendermos a actividade do «eu», a nossa meditação apenas leva à ilusão, ao auto-engano, a mais distorção. Portanto, para se entender o que é meditação temos de compreender a actividade do «eu».
O «eu« tem tido milhares de experiencias mundanas, sensuais, ou intelectuais, mas está farto delas porque não têm qualquer significado. O desejo de ter experiências mais «expansivas», mais «vastas», transcendentes, faz parte do «eu». Quando se têm tais experiências, ou visões, temos de ser capazes de as reconhecer, mas se as reconhecemos elas deixam de ser novas, passam a ser projecções do nosso passado, do nosso condicionamento, nas quais a mente se entretém julgando que elas são algo de novo. Não estejam de acordo, mas vejam a verdade do que está a ser dito, e isso passará a fazer parte de cada um de vós.
Um dos desejos fortes da mente, do «eu», é mudar o que é para o que «deveria ser». Ela não sabe o que fazer com o que é porque não é capaz de o resolver e, portanto, projecta uma ideia do que «deveria ser», que é um ideal. Esta projecção é a antítese de o que é, originando portanto, um conflito entre o que é e o que «deveria ser». Esse mesmo conflito é o sangue e o respirar do «eu».
Uma outra actividade do «eu» é a vontade – a vontade de vir a ser, a vontade de mudar. A vontade é uma forma de resistência, na qual fomos educados desde a infância. A vontade torna-se extraordinariamente importante para nós, economicamente, socialmente e religiosamente. A vontade é uma forma de ambição, e dela nasce o desejo de controle – controlar um pensamento por outro pensamento, controlar uma actividade do pensamento por outra actividade do pensamento. «Devo controlar o meu desejo»: o «eu», como «observador». O observador é o passado, com todo o conhecimento acumulado, experiencias e memórias. Assim, o «eu» separa-se a si próprio do «tu» (o observado) como sendo o observador. «Nós» e «eles». Enquanto as actividades do eu – enquanto o «eu» como observador, como controlador, como vontade, como o «eu» que deseja experiências – existirem, a meditação torna-se um meio de auto-hipnose, uma fuga da existência diária de todas as desgraças e problemas. Enquanto existirem essas actividades, tem de haver ilusão e engano. Temos de ver a realidade, não verbalmente mas de facto, de que uma pessoa que investiga a meditação, que quer ver o que acontece, tem de compreender todas as actividades do «eu».
Meditar é esvaziar a mente da actividade do «eu». E não podemos fazê-lo através de qualquer prática, de qualquer método, ou pedindo: «Diz-me o que hei-de fazer.» Portanto, se estamos realmente interessados neste assunto, temos de descobrir por nós próprios a actividade do nosso «eu« - os hábitos, as afirmações verbais, os gestos, as ilusões, o sentimento de culpa que cultivamos e mantemos como se fosse uma coisa preciosa, em vez de nos desfazermos dele, os castigos – todas as actividades do «eu«. E isso exige grande atenção.
Ora, o que é ter atenção? Atenção implica uma observação em que não há qualquer escolha; há apenas observar, sem interpretar, traduzir, ou distorcer. E isto não acontece enquanto houver um observador que está a tentar ter atenção. Será que podemos estar atentos, de tal modo a que nessa atenção só haja observação e não «observador»?
Reparem nisto. Ouviram ou leram esta afirmação: a atenção é um estado da mente no qual não há o observador que escolhe. Imediatamente queremos pôr isso em prática, em acção. Perguntamos: «O que faço? Como é que vou estar atento sem o observador ?» Queremos uma actividade imediata – o que quer dizer que não escutámos verdadeiramente essa afirmação. Estamos mais interessados em pôr a afirmação em acção do que escutar o que a afirmação nos diz. É como olhar uma flor e cheirá-la. A flor está lá, a sua beleza, a cor, o seu encanto. Olhamos para ela, colhemo-la e começamos a desfolhá-la. E assim procedemos quando escutamos a afirmação de que na atenção não há observador, porque se o observador está presente, então temos o problema da escolha, do conflito. Ouvimos o que foi dito e a reacção imediata da mente é: «Como é que vou fazer isso?». Assim, estamos mais preocupados com a acção, do como vamos fazer, do que como escutar o que realmente se está a dizer. Se o escutássemos de um modo completo, então respiramos o seu perfume, a sua verdade. E esse perfume, essa verdade, é que actua, não o «eu» que está lutando por agir correctamente. Perceberam bem isto?
Portanto, para se encontrar a beleza e a profundidade da meditação, temos de investigar as actividades do «eu», o qual é criado pelo tempo. Assim, temos de compreender o tempo.
Não façam nada acerca disso, escutem apenas. Descubram se é verdadeiro ou falso. Observem apenas. Escutem com o coração, não com uma mente limitada.
Tempo é movimento, tanto fisicamente como psicologicamente. Fisicamente, para nos deslocarmos daqui para ali precisamos de tempo. Psicologicamente, o movimento do tempo é para mudar o que é no «que deveria ser». Estamos a dizer que o pensamento é o movimento do tempo. Isto porque ele é a resposta dos conhecimentos adquiridos, é a experiencia, é a memória, que é tempo. Portanto, o pensamento nunca pode estar sereno. O pensamento nunca pode ser novo. O pensamento nunca pode originar liberdade.
Quando estamos conscientes do movimento do «eu» em todas as suas actividades – ambições, busca de realização pessoal, relacionamento – disso surge uma mente que está em completa quietude. Não é o pensamento que está quieto – percebem a diferença? A maior parte das pessoas tenta controlar os seus pensamentos, na esperança de trazer serenidade à mente. Conheci muitas pessoas que praticaram durante anos tentando controlar os pensamentos, esperando conseguir uma mente realmente aquietada. Mas eles não viam que o pensamento é um movimento. Podemos dividir esse movimento em o observador e o observado, aquele que pensa e o pensamento, o controlador e o controlado, mas isso continua a ser movimento. E o pensamento nunca pode estar quieto: se está quieto, morre, portanto, ele não tem possibilidade de estar quieto.
Se caminhamos bem fundo em tudo isto, em nós próprios, então veremos que a mente se torna completamente serena – não forçada a isso, não controlada, não hipnotizada. E ela terá de aquietar-se porque é somente nessa quietude que algo novo e irreconhecível pode acontecer. Se forço a minha mente a estar quieta através de vários truques e práticas, de choques, então isso é o aquietar-se de uma mente que lutou com o pensamento, que controlou o pensamento, que o reprimiu. Isso é totalmente diferente de uma mente que compreendeu a actividade do «eu», que viu o movimento do pensamento como sendo tempo. A própria atenção a todo esse movimento cria a qualidade da mente que está em total serenidade, e na qual algo absolutamente novo pode surgir.
A meditação é o esvaziar da mente de toda a actividade do «eu». Levará isso tempo? Poderá o esvaziamento, ou antes – é melhor não usar a palavra esvaziamento, ou antes – é melhor não usar a palavra esvaziamento, porque esta pode assustar-vos – poderá este processo do «eu» extinguir-se através do tempo, através dos dias e dos anos? Ou poderá ele cessar instantaneamente? Será isto possível? Tudo isto faz parte da meditação. Quando dizemos para nós mesmos: Ver-me-ei livre do «eu» gradualmente, isso pertence ao nosso condicionamento, e, entretanto, vamo-nos divertindo. Quando usamos a palavra gradualmente, isso envolve tempo e durante esse período de tempo fazemos aquilo que nos dá mais satisfação – todos os prazeres, todos os sentimentos de culpa que acarinhamos e sustentamos, toda a ansiedade que nos dá um certo sentido de viver. E para nos livrarmos de tudo isso, afirmamos: «É preciso tempo». Esta atitude faz parte da nossa cultura e do nosso condicionamento da evolução. Será que demorará tempo fazer cessar psicologicamente as actividades do «eu»? Ou não será preciso tempo, mas sim a libertação de uma nova espécie de energia que porá tudo isso de lado instantaneamente?
Será que a mente vê de facto a falsidade da afirmação de que é preciso tempo para dissolver as actividades do «eu»? Será que vejo claramente essa falsidade? Ou intelectualmente, penso que não pode ser desse modo, e continuo a pensar assim? Se eu vejo de facto a falsidade disso, então acabou-se, não é? O tempo não entra neste processo. O tempo apenas é necessário na análise, quando há uma inspecção ou estudo de cada pedaço que constitui o «eu». Quando vejo todo o movimento disto como sendo pensamento, isso não tem validade, embora o ser humano o venha aceitando como inevitável. E porque a mente vê essa falsidade, há um terminar.
Não caminhamos até demasiado perto da beira de um precipício, a menos que sejamos mentalmente desequilibrados, para depois nos despenharmos; se formos saudáveis permanecemos longe desse precipício. O movimento para nos afastarmos não exige tempo, é uma acção imediata porque vemos o que nos aconteceria se continuássemos em frente. Do mesmo modo, se percebermos a falsidade de todo o movimento do pensamento, da análise, da aceitação do tempo, etc., então há uma acção instantânea do pensamento, como sendo «eu», pondo fim a si mesmo.
Uma vida religiosa é uma vida de meditação, na qual as actividades do «eu» não estão presentes. E é possível neste mundo, no dia-a-dia viver uma vida assim. Isto é, pode-se viver uma vida em que haja vigilância constante, atenção sem esforço, e uma mente muito atenta ao movimento do «eu». E essa atenção é uma atenção a partir do silêncio, não a partir de uma conclusão. Tendo a mente observado as actividades do «eu» e visto a falsidade do que observou, ela torna-se extraordinariamente sensível e silenciosa. E, partindo desse silêncio, ela actua na vida diária.
Compreenderam o que foi dito? Partilhámos isso juntos? Porque se trata da vossa vida, não da minha. É a vossa existência de dor, de tragédia, de confusão, de sentimentos de culpa, de prémios e de castigos. Tudo isso é a vossa vida. Se houver serenidade em vós, tereis de clarificar o que se passa convosco. Ler um livro, seguir um mestre, ouvir alguém, não resolve os problemas. Os problemas permanecem enquanto a mente humana se mover dentro do campo da actividade do «eu»; esta actividade do «eu« tem de criar cada vez mais problemas. Quando observamos, quando nos tornamos muito conscientes dessa actividade do «eu», a mente passa a estar extraordinariamente serena, saudável, sagrada. E, com base nesse silêncio, a nossa existência, em todas as actividades diárias, transforma-se.
Religião é o findar do «eu», e é também acção que nasce nesse silêncio. Uma vida assim é sagrada e cheia de sentido.”        

J.K.

Beleza no Relacionamento

O pensamento é um movimento, que cria um espaço entre o que é, o facto real, e o que «deveria ser», o ideal. E ele é também o tempo para cobrir esse espaço. Assim, o pensamento, sendo um movimento da mente, é também tempo (tempo psicológico).
Mas haverá algum tempo quando só existe a observação de o que é, sem nenhuma evasão para o que «deveria ser»...?
Compreender isto é muito importante para a mente, porque o pensamento pode criar imagens maravilhosas daquilo que é sagrado. Todas as religiões o têm feito. Todas elas são baseadas no pensamento, organizado em crenças, dogmas, em rituais. Assim, a não ser que haja uma completa compreensão do pensamento como sendo também tempo e movimento, a mente não é capaz de ir para além de si mesma.
Somos treinados, educados, para tentar transformar o que é no que «deveria ser», o ideal, e isso cria tempo. Todo esse processo, todo esse movimento do pensamento para cobrir o espaço entre o que é e o que «deveria ser» é esse tempo para transformar o que é no que «deveria ser». Mas o «observador» (o «eu», com todo o seu condicionamento) é aquilo que é observado, portanto, não há nada para mudar: há apenas o facto, o que é. O «observador» não sabe o que há-de fazer com o que é (como por exemplo, a cólera ou o ciúme que sente), e assim tenta vários métodos para mudar o que é: controla, tenta reprimir o que é. Mas o «observador» é o observado: o que é é o «observador». A cólera, o ciúme são também o «observador»; não existe ciúme separado do «observador» - ambos são um só. Quando não há nenhum movimento, nenhum pensamento para mudar o que é - a cólera ou o ciúme - então estes deixam completamente de existir porque o «observador» (o «eu») é o observado.
Investigai isto muito profundamente e vereis. É realmente bastante simples: Se «eu» sinto antipatia por alguém, a antipatia não é diferente do «eu». A entidade que antipatiza é a própria antipatia; n-ao está separada dela. Mas quando o pensamento diz, «Tenho de dominar a minha antipatia», então isso é um movimento no tempo criado pelo pensamento, para dominar o facto, aquilo que realmente é. Assim, o «observador» - a entidade, o «eu» - e a coisa chamada «antipatia» são o mesmo. E então, quando isso é percebido, há completa imobilidade.
Não é a imobilidade daquilo que é estático. É a completa ausência de movimento do pensamento e é, portanto, completo silêncio da mente.
Assim, o tempo como pensamento a tentar conseguir um resultado acaba totalmente e, portanto, a acção é instantânea. Deste modo, a mente construiu a base que a liberta do conflito, da desordem. E floresce com a beleza da virtude, da integridade.
É nessa beleza que se baseia o verdadeiro relacionamento entre cada um de nós e o outro. Nesse relacionamento não há nenhuma interferência da imagem que se tem do outro: há só um autêntico relacionamento, e não essa imagem a ajustar-se à imagem que o outro tem de nós. Apenas existe o que é e não a tentativa de mudar o que é. A tentativa de mudar ou transformar o que é é o movimento do pensamento no tempo (que ele próprio cria).
Quando chegamos a esse ponto (em que só existe o que é), a mente e também as células do cérebro ficam totalmente quietas. O cérebro que conserva as memórias, a experiência, o conhecimento acumulado, pode e deve funcionar no campo do conhecido. Mas agora esse cérebro está liberto da actividade do tempo e do pensamento. A mente está então completamente tranquila. E tudo isto acontece sem esforço algum. Tudo isto tem de acontecer sem nenhum sentido de «disciplina», de controle, os quais têm relação com a desordem.
Como vêem, o que estamos a dizer é completamente diferente do que gurus, os «mestres», os filósofos do Zen dizem, porque o que dizemos não leva a aceitar a autoridade de outro, nem a seguir alguém. Se seguimos alguém, estamos a destruir-nos a nós mesmos, e também ao outro. A mente verdadeiramente religiosa não segue autoridade alguma. É inteligente, e aplica essa inteligência. No mundo da acção há a autoridade do cientista, do médico, do homem que ensina a guiar um carro, mas no campo espiritual não há nenhuma autoridade, não há nenhum guru.
Se examinámos profundamente tudo isto, a mente então cria ordem no relacionamento, e compreende toda a complexa desordem do nosso viver diário. Da compreensão dessa desordem, do reparar nela sem nada escolher, nasce a beleza da integridade - que não é «cultivada», que não é produzida pelo pensamento. Essa integridade, essa virtude, é amor, e se a mente tem esse amor, que é ordem, profundamente enraizado já não tem nenhuma agitação. E somos assim capazes de perceber todo o movimento do tempo. A mente está então em completa quietude: já não há nenhum «observador» (separado daquilo que observa), nenhum «experienciador», nenhuma interferência do pensamento.
A mente está assim livre para observar. Então, há aquilo que, através dos séculos, o homem tem procurado: o Intemporal, o Inominável. Não é possível expressá-lo verbalmente. E a imagem que o pensamento tem criado dele deixa completamente de existir, porque não há nenhuma entidade a desejar expressá-lo em palavras. A nossa mente só pode descobri-lo ou encontrá-lo, quando temos em nós essa realidade extraordinária chamada compaixão, amor - não só pelos seres humanos mas também pelos animais, pelas árvores, por todas as coisas.
Então, com esse amor, a própria mente torna-se sagrada.

Krishnamurti

Ambíguo

Nostalgia, quando falas e não és entendido.
Quando não se faz luz, ainda não...
Quando percebes quão longe o entendimento está da noção de que falo... onde a mesma palavra têm significados diferentes...
Trágico entender que existe essa gradualidade de intensidade.
Por haver quem se permita à existência morna.
Mal-entendidos e ambiguidades existem, quando não existe entrega em tudo o que viveu!´
Trágicos mal-entendidos que apenas reflectem que se vive não se permitindo à linguagem única do coração.
Porque se privam de viver intensamente?!
Que medo é esse?
Saberão onde acaba ou começa o vosso corpo?
Saberão onde deixam de ser ar para ser corpo, ou saberão onde deixam de ser corpo para ser ar?

"Ambiguidades que vencem pelo cansaço"

Wednesday, May 25, 2016

Observar

Observar a vida, é ser júbilo.

é a magia da vida, o mistério dos deuses tão procurado... uma tão trivial verdade como: "é no agora que a vida acontece".

cuja sua interpretação é proporcional ao conteúdo que a analisa.

se partir de um centro, ego, personalidade - ela é algo inatingível.

se for só o observar disso mesmo, em tempo real. - plim -

é.

Tuesday, May 24, 2016

Atenção

Atenção é um imenso poder.

Tendenciosamente, nos identificamos com essa atenção. Mas se percebermos profundamente que "atenção" é uma qualidade que podemos usar... então experienciamos a libertação.

Pois a atenção pode até se observar.

E é nesse espaço que observamos o tempo a mudar, e tua plenitude permanecer inalterável. Sem ruido.

Não somos esse condicionamento.

Atenção.

Sabemos

Não se trata de fazer acreditar.
Todos aos poucos vão chegando a um ponto de saturação, depressão, doença... ponto máximo de suportabilidade de todo o condicionamento anti-natura que se cria.

É humanamente insuportável.
E podes até te convencer que tem que ser. Que é o que é suposto. E tentar ser feliz com essa realidade. Mas...

Sabemos bem no nosso âmago, bem no nosso profundo sentir, que existe uma inquietude... uma quase incoerência, que dá erro, sempre que se sente felicidade.
Podes até senti-la, mas ela será efémera.

E haverão dias cinzentos, haverão dias de sofrimento... e haverão os que são de plenitude... efémera plenitude... porque o centro logo se faz sentir. A mente logo dispara questões, imagens, memorias, emoções que não sabemos de onde veem. Que só não se compreendem, porque estamos alheados ao que somos.

Como nos poderemos contentar com tamanha imperfeição... como se fossemos condenados à nascença como um erro de fabrico... como nos podemos aceitar sem descobrirmos o que somos?

Descobrir, não adquirindo informação, contexto. Apenas sentindo, sendo, estando. Comungar dessa permanência de movimento que é. Que tudo é.

Se o erro é apenas o perpetuar da crença de que somos personalidade/corpo confinada a existência sofrida. Ou que temos que ir à procura do que somos. Quando temos, não somos. E assim, nos condenamos per si.

E Ir à procura do que somos experienciando, sem ter a noção do que se é. É viver na ilusão da procura, do atingir do prémio que nunca virá. Quando as experiencias estão todas aí para serem vividas em consciência.
O ego, procura experiencias. Só assim ele se mantêm vivo. Pois ele é o registo de toda a vivencia. Logo não passa de uma ideia, que nos deixa à parte do que somos.

A Consciência está aqui. Só sintonizar. Ser.



 

Be


A dificuldade que existe/resistência que cada um pode sentir ao que falo, é proporcional à intensidade em que cada um acredita na sua personalidade como identidade/corpo. E é só esta a crença que cria a fronteira.

Vos falo num lugar que não é mais identidade, mas sim a consciência da conversão da consciência da consciência.
Do ponto de vista humano, a consciência é muito limitada e sempre instável. Pois é reflexo de um centro/ego. E o que uma pessoa aprende hoje, esquece amanhã.

Mas se não estiver comprometido com o coração, na vivencia, isto será só uma história, na qual você quer acreditar.

E quando acreditamos em algo, se não há comprometimento com o coração, essa crença não se sustentará e acabará por criar um enorme stress, doença... E nunca o conseguirás ter/agarrar/alcançar... simplesmente porque não é uma questão de ter, mas de ser.

Acreditar que teremos alegria tendo como base um ego, é condenar a vida à inconstância.

E este é o desafio - transcender as limitações do nosso condicionamento. E isto é um erro, se for um acreditar. Trata-se apenas de uma correcção no tempo/espaço/pensamento.

É no Agora que a magia se faz.



 

Repetições

O que te distancia de mim, é a ideia que tens de ti.



Permite-te respirar. Sem necessidade. Apenas deixando-te ir... permitindo-te morrer, estando vivo. Observar o momento em que teu corpo deixa de sustentar uma personalidade/personagem... Observar o compasso que acontece, como um respirar de todas as células de toda a existência...vortex...


só o grito a assistir sua extinção


Somos nós que nos reduzimos a identidades que buscam experiencias. Prespectivem-se, prospectivem-se. Só quando souberem o que são poderão viver. Aí sim, teremos tudo para experienciar.



"Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão."
- Carl Jung









 

Sunday, May 22, 2016

audio-visual

Assistir I


Os extremos são reflexo do ego. Manifestação egoica, sem consciencia dela mesma.

Nessa percepção, a expressão “ é no meio que mora a virtude” tem um significado pleno.

E aquilo que é, no agora é o concretizar dessa compreensão. Percepção profetizada à anos. E cheguei a sofrer por antecipação, imatura… por saber de um futuro onde perderia para sempre a beleza da poesia e de qualquer outra arte do Homem.

Sorrio.

Sofrer por antecipação – sofrer com a ideia de uma ideia de um futuro.

Uma ideia destinada à fragmentação do que era. Pela natureza fragmentada do que é uma ideia.

Hoje, no agora, confirmo a profecia. Morreu a ideia da arte, mas ela não parou de falar comigo. Fala agora uma língua mais clara, menos confusa, mais ordenada. Pois ela é arte, apenas e só porque existe o espectador. E só encontramos significado, porque o procuramos.

E essa sempre foi minha incompatibilidade com o mundo da arte. Pois no mundo, como na arte, o Homem que a pensa, só a reconhece quando a compreende, assim que se forma o conceito. Passou-se a fazer arte, tendo como base a ideia. Sem conceber outro principio... outro centro...

A arte que assino não é reconhecida, pois ela é só consequência da espontaneidade, sem premeditação. Considerado apenas um desenho bonito, por não ter ideia subjacente, logo nulo. Indigno de reconhecimento no passado que é o pensamento. Irreconhecível como arte, no mundo conceptual que se faz existir pendurado numa ideia. Ironico!

Uma nulidade conceptual que se faz existir por ideia nenhuma.

E este é o conceito do não conceito e por isso, um conceito ainda assim. E tudo se repete. A mente traduz tudo com o passado.

E este é o conceito do não conceito da arte que assino. Sem novidade, como toda a arte que é... ela é só a expressão do já conhecido e se já é conhecido/reconhecido, não há novidade em nada que se classifique de arte. Pois o pensamento que a pensa, não é novo. É apenas o produto do acomular de informação, memória, comparação. Não há novidade.

 Novidade é o momento que deixa de existir após o reconhecimento.

Espantem-se as mente incautas, a arte é repetição quando nela se procura o porquê, pois a mente que procura nela respostas,  sofre dessa limitada natureza.

E não imaginam como a vida é simples e ordeira quando o entendimento do que somos, acontece em nós. Chega a ser trivial de tão previsível.

O espelho que se repete em si, sendo fragmento do todo que é.

Kkkkk loucos são os lúcidos kkkkkkkk

Só o grito a assistir sua extinção.


Assistir II (continuação)

Quando "tem que se fazer", "tem que se ser", quando "temos de"... esse espaço de tempo, indica que não estamos a senti-lo. Estamos num suposto futuro, que só não o é, porque não se sente com o coração. Ao contrario, pensa-se. Como uma ordem que tem que ser cumprida, imposta ao curso natural das coisas. É em si conflito, que só pode gerar conflito.
Observa-lo é respeitar e seguir o curso de vida com a percepção e a compreensão de todo o equilíbrio em constante movimento.

Quando se tira a ultima máscara que nos leva ao agora, a verdade é a única razão que nos sustenta. A maravilhosa percepção do infinito em nós é assombroso. Nossas células respiram e podemos senti-lo.

Observar nossas impaciências e aceita-las pois são nossas. Apenas o exterior a reflectir o interior. E ter a seriedade de observar e assistir à diluição completa da emoção.

Por isso o caminho do meio, ser o virtuoso. Longe de extremos emocionais, longe da ilusão.
Daí a previsão da morte da arte/emoção... do perfume da poesia... saudosismo do romantico espiritual de Pessoa... pronuncio da nascida lucidez, do brilho e cadencia de quem atravessou um portal... para um mundo onde a cor vibra...

Seja qual for o timing de vocês, que todos sejam a felicidade em tudo o que fazem.

Thursday, May 19, 2016

Relação

Tudo na existência é relação.

Desenganem-se os que projectam uma relação com valores virtuosos e que lutam dia-a-dia para que aconteça. Essa perfeição, ausente de sofrimento não irá acontecer. E não sou alguma coisa para que possa afirmar. Precisamente!

Precisamente por o não ser, o afirmo.

É preciso ser livre para se viver verdadeiramente. E essa liberdade vai além das condições físicas, morais, sociais, económicas, culturais, ideológicas...

É preciso ser livre para que a relação aconteça.

E ela acontece, quando e unicamente, és livre. Caso não o sejamos, viveremos apenas na ideia da reflexão e ela não será além do que o reflexo do atrito que é criado na sua idealização.

E o "temos" que ser isto e aquilo, fazer isto e aquilo, para fazer cumprir o que achamos ser correcto... acção que tem origem no pensamento, cria atrito.

A ordem acontece por si só.

Premeditar a vida é viver entre o sucesso e o fracasso, entre a alegria e tristeza, entre o passado e o futuro do pensamento/identidade idealizadora/idealizada.

Presenciar a vida é permitir que essa vibração criadora que é presença, se torne meio para sua manifestação - para ti, em ti; no mundo para o mundo - Num só manifesto.

No agora, não há fronteiras, separação.

Só nesta frequência há relação.

Quando te permitires à entrega, abandono da identidade, permitirás ser extensão do outro.
Nessa frequência haverá acção. Acção que será conivente a todos os itens ideais que outrora a mente criou. Pois é vibração da ordem da natureza a qual és, e que tudo é. Tudo é e foi criado.

A única energia criadora - Amor. Amor é movimento criador.

Agir em amor é se sintonizar consigo e com tudo. E só esse movimento poderá criar a mudança capaz de salvar a Humanidade da total extinção. Essa mudança, não requer autoridade (o "Eu", Pai/Mãe, Patrão, Rei, Presidente, Guru, Criador...). Onde há autoridade, não há Amor.

Sua Natureza é a ordem, precisa, sintónica. A harmonia. O equilíbrio que se acontece, existindo uníssono. Esta avassaladora Arte a qual o Homem tenta imitar na assintónica emoção de existência. Limitada. Limitadora.

E isto é apenas uma observação. Vale o que vale. O tudo e o nada. Nada tem que ser. Tudo é.

O auge da Perfeição.

Somos Grutas de Dante no Jardim do Éden. Só porque nos vemos Grutas, só porque acreditamos nessa ideia. Mas se olharmos à nossa volta, tudo é perfeito. Nada sofre por existir. Apenas uma ideia nos desvincula do que somos. Qualquer forma de ideia.

E este é só meu coração a vos lembrar do ritmo.

E isto não é mais que brincar no estar/ser com palavras. O amor a coexistir, enquanto sou os raios de sol... arvores que murmuram com o vento... passaros que passam, ficam, falam e cantam... a vida é esse amor que grita em nossos olhos e espera que nos vinculemos a ela, pois ela é a criação na sua mais pura forma. Força bruta, poderosa e majestosamente fágil... cintilante... que nos abraça sem sentirmos... por nos isolarmos na ideia.

Apenas ser/estar conectada. Mente e coração em cadencia orquestral. A fórmula.

E isto é só uma ideia a acontecer enquanto existo em relação comigo/mundo.

O grito a assistir à sua extinção.

Sunday, May 15, 2016

A rebeldia de SER


A verdade é uma agressão à mente quando nela existe centro. Quando existe leitura e registo e análise, comparação e avaliação. Deixa de existir a noção de que tudo isso é separação.

Nossa mente a qualquer momento, pode sair do registo de cópia e começar a apenas a viver. Viver a real "novidade" a cada momento. Sem que nada se repita. E quando acontecer, saberão que aconteceu, pois é como um choque eléctrico... é uma expansão da energia, ou melhor - é um acordar celular, para a energia da vida. Energia que é um poder fervilhante, efervescente de movimento constante. Que sempre está ali. Disponível a quem se sintonize consigo mesmo.
Nunca nada é igual. Nunca nada pára de mudar. E tudo, se move na frequência exacta a que está, e os loopings que se repetem em ciclos/círculos, se tornam mais expansivos. abrem e permitem a expansão. Surge a espiral. O micro igual ao macro. Fractal do universo que somos.

E tudo o que escrevo é a simplicidade da utilização do que existe no ser que sou. É esta a única comunicação - relação que existe. É só o que faz sentido falar sobre. De resto, só o silêncio para comunicar. E é deste nada que surge o tudo... e é então que sentes que com essa consciência, falas sobre tudo, sobre tudo em todo o lado... pois morreu o ego que preserva a imagem da ideia que é o seu "eu". Resta apenas "Ser".

E a VIDA acontece na fluidez, perfeita da perfeita perfeição que é a inconstância do movimento que é dança. Dança que serpenteia pelas ondas do amor. E o corpo, descansa e liberta e respira e vive na mesma dança. O equilíbrio.

E isto não é mais que o perfeito bailado do pensamento nessa dança. Já dançaram hoje?

Friday, May 13, 2016

Autoconhecimento é liberdade

Temos que ser interiormente livres para sermos uma luz para nós próprios.
Luz, que não pode ser dada por ninguém, nem a ninguém.
Estamos condicionados para aceitar a autoridade - autoridade de um sacerdote, de um livro, de um guru, a autoridade que diz que sabe. Em todas as questões "espirituais", não deve existir autoridade, de outro modo não podemos estar livres para descobrir por nós mesmos, o que a meditação "significa".

Para meditar, precisamos de estar interiormente livres de toda a autoridade, de toda a comparação - inclusive a autoridade desta voz, que vos fala, pois seguir o que outro diz, não é investigar. Livrar de qualquer autoridade, seja de outro ou da ideia da nossa própria existência (com nossos conhecimentos acumulados, das nossas conclusões, dos nossos preconceitos).

As nossas próprias experiencias, a nossa compreensão pessoal das coisas, também se tornam a nossa própria autoridade ... Temos que ser conscientes de todas as formas de autoridade. De outra forma não podemos ser a luz para nós próprios.
E quando somos uma luz para nós próprios, somos uma luz para o mundo, porque o mundo somos nós e nós somos o mundo.

Desta forma, não existe ninguém para nos guiar, incentivar ou nos dizer que estamos a "progredir". Para meditar temos que nos limpar de influencias.
Esta luz pode apenas surgir quando investigarmos em nós aquilo que somos. Isso é estarmos atentos a nós mesmos, para sabermos o que somos.

Não se trata portanto de uma descrição dada por outro, nem do que pensamos que somos, nem o que pensamos que deveríamos ser - mas do que realmente é, do que de facto se está a passar em nós.

Tem de haver liberdade para observar, e é nessa observação que toda a estrutura do que somos, nossa natureza, começa a revelar-se.

Muitas poucas pessoas, vos dirão tudo isto, pois muitas outras têm seus interesses próprios, querem formar grupos, organizações, etc.

Para haver a compreensão de si mesmo, tem de haver observação, e essa observação só pode acontecer agora.

E isto não significa ser o passado a observar o agora - observar o agora a partir das minhas conclusões passadas, dos meus preconceitos, esperanças e medos...

Tem que ser observação do presente, no próprio acto de o realizar.

Quando estamos irritados, quando sentimos emoções - temos que observar tal como é. o que significa não o condenar, não o julgar, observa-lo e deixa-lo florescer e murchar, desaparecer.

Quando o fizermos, não ficamos mais irritados. Essa observação (sem passado como base/principio/centro) produz uma mudança. E ao fazermos isso não há autoridade. Então não pedimos a alguém que nos diga como proceder. No próprio observar há a acção, há a mudança. Experimentem!

Liberdade para observar, implica ausência de autoridade. Então, a busca de experiencias que geralmente queremos ter, terminará. Porquê?

Todos os dias temos vários tipos de experiencias, que vamos registando. E esse registo torna-se memória, distorce a observação.

ex:
Se somos cristãos, temos um condicionamento de 2mil anos, relativamente às nossas crenças, dogmas, rituais, à existência de um Salvador, e queremos ter "experiencias" relacionadas com isso.
Teremos essas "experiências", obviamente porque é esse o nosso condicionamento.
Na Índia, têm centenas de deuses e estão condicionados em relação a isso, e assim têm visões desses deuses, porque vêm de acordo com o seu condicionamento.

Quando estamos fartos das "experiencias" físicas, queremos outra espécie de "experiências" - a experiência espiritual, para descobrirmos se há deus, para termos visões, etc... Teremos experiências de acordo com nosso condicionamento particular, evidentemente. Porque nossa mente está condicionada dessa maneira. Precisamos de ter consciência disso e de ver o que está implicado nas "experiências".

O que está implicado nessas experiências?

Tem de haver um experienciador para experienciar.

O experienciador é tudo aquilo que ele deseja experienciar. Tudo aquilo que lhe foi transmitido, todo o seu condicionamento. E deseja experienciar algo a que chama "Deus" ou "Nirvana", ou seja o que for. Ele experienciará isso.

Mas experiencia implica re-conhecimento, e re-conhecimento implica que já se conhece. Não é novo. A mente que procura experiência está realmente a viver no passado, e não é capaz de compreender algo totalmente novo, original. É necessário nos libertarmos do desejo de experiencias "espirituais".

Observar de um estado de não saber/ser, investiga-se e encontra-se realmente a verdade, a certeza.
A partir desse observar - vazio, nasce a fluidez natural. A vida tem um sentido totalmente diferente. Nunca é superfícial e tudo  o que importa está aí.
 

Thursday, May 12, 2016

Verdade

Somos o que pensamos.

Estar aware/atentos a nós mesmos, permite que tudo seja uma escolha. E que tu não sejas nada que não queiras.

Tuas atitudes passarão de reacção espontânea, para uma acção consciente.

Muitos sentirão a irritabilidade de tal verdade. Por sentirem a incapacidade e domínio sobre si mesmo! Só porque o desejam. Mas não se foquem no sentir. Percebam que as sensações, emoções e desejos são na realidade produto do pensamento e por isso de uma personalidade.

Estar atento, é ser o mais honesto consigo mesmo! É perceber o que somos, além das máscaras que possamos ter. E ir tirando as camadas que pesam como fardos. Nos tornam cansados de teatros. Nos fazem sentir vontade de escape...

Saber, é uma armadilha. Saber que temos que ter bons pensamentos, é estar fora e muito longe do que é. A acção acontece agora.
Saber é informação. E ao longos dos tempos, achámos que nos teríamos que munir da mesma para podermos evoluir...e construímos uma evolução técnica, material... mas distanciamo-nos consideravelmente da noção de ser. 

Conhecimento pratico é importante sim, para que possamos suprir necessidades básicas de forma criativa e cada vez mais integrada no planeta. Porém, incluímos o Ser, no tamanho de conhecimento que se adquire. E vamos acomulando a memoria com informação para que ela nos possa levar a algum lado... para que não nos sintamos tão perdidos e sem sentido. (padrão para desequilíbrio/doença)

E este é um caminho limitado. Limitado pelo tempo de nossa vivencia... pois poderemos acomular informação até morrermos. E muitas vezes é no leito da morte que alguns entendem que em sua vida, nunca foram o que são, e é aí que perdoam e pedem perdão. Por haver um abandono e desfragmentação do que são. Quando, o fazem sem o medo do chip do "julgamento final", claro.

Informação, nos distancia do momento. Remete a abstracção ideológica do que é, e imaginar, não é ser. Pederemos pensar que são veículos, porém... na verdade, atrasam um processo que pode acontecer aqui-agora. Enquanto precisarmos de fazer alguma coisa para ser, caímos na ideia do que somos, e do que seremos. O observador e o observado separados pelas histórias que adoptamos, separados pelo factor tempo. Tempo que não existe!

Por isso vale a pena questionar, questionar tudo. E ir desconstruindo das camadas mais externas às camadas mais internas. Numa espiral fractal.



É a espiral que se torna concêntrica para se voltar a abrir em seu total poder.

Informação, não é prejudicial. Prejudicial é o que se faz com ela.

Por isso, é preciso haver vazio, para que novo espaço se possa encher. E encherá, sem informação, mas com a percepção da perfeição que é(s).
Basta nos permitir.




















 

Wednesday, May 11, 2016

Onde não há liberdade, não há Amor, não há verdade.


Não vos convido a acreditar.
Convido a meditar.

O que é o Amor?



Obrigada a todos os que intervierem nos comentários, bem como aos que não intervierem.

(restante texto acontecerá entre comentários e respostas aos mesmos, ou não)

O que é Meditar


Existe um numero curioso de técnicas de meditação.
Meditação zen, zazen, meditação activa, meditação passiva...
Na verdade meditar é um estado, uma condição. Faças tu o que fizeres. Qualquer trabalho pode ser efectuado enquanto meditas. Melhor dizendo, é uma condição, a partir da qual, após a sentires, não voltarás mais à desordem mental antes vivida.

 Meditar, é descobrir o espaço que há entre os pensamentos. E para tal, ao contrario do que muito se crê, não passaremos a dominar os pensamentos. Eles não irão embora, se os mandares embora. E se ficares chateado porque és absorvido por torrentes de pensamentos, ele ainda será pior. E não se pretende negar nada de nós, pois o centro existe como o holos que somos. Negar o pensamento além de incoerente é utópico.

Mas é tudo uma questão de abandono, de deixar de dar atenção aos pensamentos, esse espaço vai abrindo. E ele é cheio, cheio de energia! Ou, podes através do pensamento ir desconstruindo o próprio pensamento e perceber seu limites e condicionamentos...

Por isso, qualquer um pode chegar à iluminação, a qualquer momento! Sem qualquer técnica, ritual, tradição, condição...

Não que o ritual não te possa levar lá... a diferença é, que poderás muito bem, ficar ainda mais aprisionado a um conceito pois nele sentiste verdade... e assim vai mais uma religião... passarás a acreditar que algo exterior à tua existência, te permitiu chegar. E começarás a criar, pois precisas de criar segurança nesse sistema... e não existe sistema que tenha verdade, sendo ele uma prisão do teu pensamento.

Onde não existe liberdade, não há amor, não há verdade.

Sejamos verdadeiros, honestos - sérios... e isso só será possível quando nos despirmos de todas e quaisquer ideias!


 

Ordem

Observamos os meandros do sofrimento da sociedade, e conseguimos perceber o como  cada individuo está doente.
Presenciamos os quantos procuram ajuda na cura, e sempre que convidados a olhar para dentro... se dispersam em pensamentos e ideias e fronteiras... os loopings de acontecimentos se repetem e a situação só vai acomulando, ficando pior ou no perpetuar da manifestação.

Vivemos fora de nós. O pensamento anda momentos, horas, dias, semanas, meses, anos... à frente ou atrás no tempo. E aceitamos esse distúrbio, como aceitável, porque?
Porque, temos uma ideia do que somos. E essa ideia é construída sobre os alicerces do medo. Medo esse, que vivemos tentando uma felicidade, procurando um sentido que traga segurança. Aí sim, poderemos repousar. Seguros de que nenhum sofrimento iremos sentir. Mas a felicidade não vem... porque? Porque temos medo de perder essa segurança. E se temos medo, procuramos maior segurança. Haverá sempre uma nova solução mais segura... para todas as procuras há todas as ofertas.

Temos andado a ver mal a espiral da vida... ela n vem de fora para dentro... ela vai de dentro para fora que volta para dentro.
Observem os fractais na natureza.

O que será que está a desarmonizar o que é harmonioso na sua natureza?
A ideia do que somos. simples.

Somos projecções de ideias e memorias que criam uma ambiência, que achamos que é o que somos. Mas apenas estamos a criar. De toda a informação que selecionamos, o que fazemos dela é produto de nossa manipulação. Esse é o verdadeiro poder da mente. É o verdadeiro sentido da arte. Porém nós não somos a mente. Também não somos só corpo. Somos uma manifestação de criação que atravessa dimensões.  É vibração pura.
Então, como poderemos ficar nos meandros únicos das personalidades, quando isso é apenas uma tradução de conceitos e preconceitos construídos pelas influencias/condicionantes socio-morais-culturais-religiosas?! Isso seria ser uma ideia, de ideias, de ideias!!!

Para entendermos a ideia, temos que desconstruir o pensamento com o nosso próprio pensamento - esta pode ser a função mais reveladora que ele pode vir a fazer na tua vida!

A verdadeira meditação...














 

Tuesday, May 10, 2016

somos


A existência tem sido o enigma da humanidade desde sempre.  Aliás é essa a condição que nos distingue dos restantes seres vivos – temos a capacidade de pensar. E pensando isto, nos convencemos que seremos eternamente superiores a eles. Mas estaremos? Observamos a natureza e vimos cada ser vivo completamente integrado numa rede essencial de relações intrínsecas à sua sobrevivência e equilíbrio do ecossistema.
E isto não é um discurso que apela à preservação da natureza e das alterações climáticas, que os media nos injectam. Até porque tudo isso sempre, existiu e nada mais é do que as alterações cíclicas de restituição do equilíbrio na terra.

Mas esta é sim, uma reflexão a observação do que somos e de como estamos.

Vemos como os animais agem, sintonicamente e atentos a tudo. Todos os seus sentidos estão em função, e nada acontece além do instinto e sintonia energética com o meio, biosfera. Seu corpo vibra em sintonia constante de existência.

E o mais absurdo é ver que é precisamente por termos a capacidade de pensar, que tamanha simplicidade se torna um desafio tremendo na sociedade.
Chegamos ao cúmulo, de estar tão desagregados de nós mesmos e do meio, que a vibração altera-se e torna-se tão vulnerável que cria pequenos surtos de des-sintonia. Desaprendemos até a respirar! Perdemos o total pulsar cadente com o todo (natureza) e portanto connosco (nosso centro).

Este é um território para a assincronia celular acontecer, para a doença se instalar…

Dessa forma o corpo nos fala dos limites. Pois ele possui o equilíbrio e a capacidade regenerativa para se curar. E tal precisão acontece sempre que estamos ligados. Só aí o corpo respira como tem que respirar, só aí o metabolismo se restabelece naturalmente, na cadencia rítmica que possui.
E é por pensarmos que nos distanciamos de nós mesmos. Não porque o pensamento existe. Não. O pensamento é nos útil para as questões praticas. Mas é pela forma como nos pensamos ser.

Pensar sobre, nos remete invariavelmente para o Nascimento. Para o novo bebé que vem ao mundo… processo que se repete desde toda a existência… e sempre, sempre se forma desde cedo a ideia de ser. Do “eu”. Que não é mais do que a ideia de que somos o acumular de memorias (elas também são ideias) ou seja, existindo apenas na nossa imaginação, são apenas ilusão. E este é um processo que nos distrai do que somos. Nos distancia de toda a nossa potencialidade.
Olhamos à volta e, vemos o sofrimento alheio em todos os rostos, vemos o sofrimento em tudo o que produzimos, pois passámos a ser máquinas de ideias. Computadores programados, para executar, rápido, bem e belo.
Nada contra a beleza, sortudos os que ainda a conseguem produzir em tamanha surrealidade de adormecimentos cómodos.

Mas queremos ser melhores, saber mais, produzir mais, superar as expectativas… mas o mundo passou a ser um desfile de excentricidade sofrida, e por mais que saibas, por mais que tenhas… és escravo de ti mesmo! És escravo de todas essas ideias, e por isso escravo do teu próprio pensamento!

Mas o pensamento é o pensador.
Tal verdade é libertadora e verdadeiramente empoderada. Passas a ser apenas o que És! E isso é tudo e é nada! A vida acontece num milagre brilhante e hilario. Admites a perfeição em tudo o que é.

Vives na fluidez das circunstancias sentindo o pulsar constante em ti.